Por muito tempo permaneceu à porta
com os olhos fixos no vulto que se afastava,
esperando um olhar,
uma palavra a curar o diálogo ferido...
só o vento acariciou o vestido azul
de tantos e desbotados sonhos...
ainda uma vez chamou seu nome,
cortando o peso do silencio.
calado na escuridão
perdeu-se o vulto,
nebulizou-se...
restou a magoa vazia nos olhos...
Ali, permaneceu muito tempo...
Até recolher-se de manso,
vencida no cansaço...
Aliviou um suspiro e adormeceu,
nos ternos e aconchegantes
braços do esquecimento...
__________________________________________